ainda do Amor

eu sempre achei que o Amor é imenso, infinito e sem objecto,
que é maior do que as pessoas,
que nada tem a haver com paixões imensas…

se assim fôr, nunca se pode perder, mesmo perdendo pessoas, paixões imensas ou objectos…

Ti            
Dezembro 2008

Engordar com ar

Há mais de um mês que como pouco mais que ar e vento e mesmo assim o meu rabo insiste em enrugar-se sobre si mesmo, e como se não bastasse, começa a formar-se uma proeminência a que o meu ex-namorado insiste em chamar “michelins”, só para aumentar a minha depressão.

Já decidi o que fazer: Para grandes males, grandes remédios – esta semana estou a pão e água!

Se mesmo assim não resultar nunca mais quero saber disso para nada. Arranjo um homem que goste de gordas e uso a inteligência em vez da sensusalidade para ganhar dinheiro!

Nárnia! 23 de Julho de 2008

Aldeia pequena

O homem já não sabia mais o que fazer.
Tinha-se alistado na marinha, tinha ido a pé a Fátima, viveu num mosteiro no Nepal, fora em peregrinação a Meca, mas mesmo assim não conseguia encontrar a paz.
Foi beber uma bica a um café de uma aldeia pequena, onde havia um anúncio:
“Precisa-se de empregada(o)”
Esqueceu tudo o que fizera antes e ficou com o emprego.

Passaram mais de quarenta anos. Ele ainda lá está. Nunca escreveu um livro para ajudar os outros a encontrar a felicidade, nunca fez um discurso para mais do que 10 pessoas, mas o sorriso generoso que já no primeiro dia trazia, agora transformou-se em algo muito poderoso que afecta todos os que passam perto. Ninguém conhece bem aquele homem, de onde veio, se tem família, mas todos, sem excepção, vão lá tomar o café sempre que podem, nem que seja para ouvi-lo desejar-lhes os bons dias; é que quando ele faz isso, os dias são realmente melhores.

Ti          
Setembro 2007

Em caso de dúvida… …chorar!

E que tal chorar quando se faz asneira?

Primeiro faz-se uma grande borrada,
depois põem-se “olhos de carneiro mal-morto” e desata-se num carpir sem fim, como se nos espetassem uma estaca no coração a velocidade de caracol.

Deste modo é garantido podermos fazer absolutamente tudo o que nos apetecer…

Detesto fracos – os que se queixam incessantemente, os coitados, os azarentos…

Adão Demo, Janeiro 2008

O menino e a pedra.

A pedra estava queda no seu local há já muitos muitos anos.

Um dia um miúdo viu-a, achou-a bonita, pegou nela e guardou-a no bolso.

Ficaram muito amigos e a pedra acabou por gostar muito do menino. Os anos passaram e o menino cresceu, tornando-se num belo rapaz.

Um dia olhou a pedra e achou que a pedra não gostava dele, apenas porque esta não lhe dava o carinho que ele lhe dava a ela: Ele falava com ela e nunca tinha resposta, olhava-a minutos infinitos e ela limitava-se a ficar ali parada sem nenhuma expressão.

Um dia cansou-se e chutou-a para longe. Feriu-se no pé e culpou a pedra, achou que ela além de mal-agradecida ainda era vingativa ao ponto de o magoar antes de desaparecer num monte de areia.

Todos culparam a pedra e tiveram pena do rapaz. Até os supostos amigos da pedras se preocupavam com o rapaz e ninguém perguntou à pedra como é que se sentia por ter sido chutada; diziam-lhe que era insensível e fria, ela concordava, mas dizia que era pedra! Os outros retorquiam que isso não era desculpa, todos temos que tentar melhorar.
A pedra calou-se,
…finalmente!

Ti         
Abr 2006

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