O barulho correu frenético até se alojar, ensurdecedor, no fundo dos tímpanos. Não dizia nada, tomava apenas o seu lugar e fazia-o com a veemência de um Todo-Poderoso.
O fumo continuava perdido, fora do cigarro, espraiava-se lento pela sala claustrofóbica, tornando-a pesada e doentia.
Os olhos raiados de sangue queriam jorrar das órbitas, mas os nervos matinham-nos agarrados ao rosto esburacado de bexigas.
O tempo passava num ritmo cardíaco sem crença e compassado com música decadente que, entornada sem vontade dum rádio a pilhas, embalava a densidade do ambiente num pêndulo de inutilidade.
Foi assim que vivo.
Será assim que nasci.
É assim que morri.