Chamo-os.
Tanto e há tanto que ensurdeço, talvez por isso não me oiçam,
Talvez não oiçam ninguém por minha causa, talvez ninguém me oiça por culpa minha, talvez tenha tornado todos surdos.
Grito mais e mais alto, mas ainda assim
Nada; ninguém!
Mando faxes, cartas, telegramas, e-mails, sinais de fumo, mensagens em garrafas!
Todos são surdos, ninguém sabe ler, todos são cegos.
Desisto por fim, sabendo que ninguém me pode entender.
Só quando deixo de os procurar;
olho para mim, e hipotetizo que eu é que sou muda, eu é que sou surda, eu é que sou cega.
Eu é que nunca os entendi,
eu é que nunca lhes respondi.