Vós não sois más pessoas;
sois piores, sois restos de civilizados.
Percebo que o medo leve a preconceitos, há aliás estudos que o provam.
Tratar alguém como indigente porque o achamos (independentemente de ser ou não) é reles.
Não julguem que me acho melhor do que vós. A única diferença é que tenho vergonha de discriminar enquanto vós o fazeis sem pudor.
Da próxima vez que sussurrardes “cigano” ou “pedinte”, lembrai-vos que todos os dias vos penso bestas, mas não o vocifero como um parvalhão que, sem conseguir, tento não ser.
Ainda assim, se eu seguisse o meu próprio conselho, calar-me-ia e deixar-vos ia viver a vossa vida.
Tal como não vale a pena ensinar a tabuada a um cão, porque nunca conseguiria aprender, também não espero que deixemos de ser descriminatórios nos pensamentos, mas rogo-vos que pelo menos deixeis de o assumir com garbo e remeteis essas ideias ao opróbrio do silêncio.
As melhoras.