Não vemos nada
e somos o que vemos
a originalidade é uma cópia adulterada
O que virmos ser, seremos
As ideias novas que temos
são ideias de que nos esquecemos
O mundo novo que aparece
é só o que o mundo velho esquece
Não que não valha a pena inventar,
não que a procura não importe
é exactamente o contrário
Só é importante criar
desacreditar a sorte
Viver sendo temerário
E se ainda não fizermos nada novo
se tudo o que nos sai, já tiver sido antes
não nos ralemos com o povo
nem com o que dizem entredentes
o que sempre importou foi o caminho
mesmo se tivermos que o fazer sozinho
Um pensamento em “Os Caminhos que corremos (ou se o soneto fosse assim)”