Olá prima. Hoje tenho tantas saudade tuas que até dói.
Hoje, como quase sempre, pediram-me que me calasse. Sou bem educado, fui falar para a nossa praia. Lembras-te, a praia da Lua? Passamos lá uma noite inteira, do Pôr ao Nascer do Sol, abraçados, a olhar para o horizonte e a adivinhar músicas nas ondas. Por quatro vezes conseguimos ouvir as mesmas músicas!
Não sei porque é que a praia está sempre deserta, mas aquece-me saber que está lá sempre para me ouvir. Tu também eras assim, pedias-me para cantar para ti, gostavas genuinamente de me ouvir, fosse bom ou mau pedias sempre mais. Gostavas do que eu fazia, independentemente do que fosse.
Um sábio disse-me uma vez que o amor não tem relação com nada, podes não gostar e amar a mesma coisa, podes até não querer mas amar na mesma.
Disseste uma vez que gostavas mais de mim quando cantava. Foste a única; todos gostam menos de mim quando canto. Eu também gosto mais de ti quando canto.
Podia dizer que hoje canto para ti, mas a verdade é que quase sempre canto para ti, portanto hoje, para ser especial, vou conduzir até à praia da Lua e vou ficar em silêncio, do Pôr ao Nascer do Sol.
Só faltam 2h para o Sol se pôr, até já!
Este texto é especialmente lindo! 🙂
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