Raramente, mas por vezes, há pessoas que nos dão tanto e de tão boa vontade que desconfiamos das suas intenções. É uma desconfiança inútil e pouco inteligente. Devemos “pôr tudo em pratos limpos” para que se perceba bem o que precisamos e do que daremos em troca – depois disto não há que recear, nem ficar a “dever favores”. Podemos ficar gratos, e com isso devemos ajudar quando pudermos, mas não porque fomos ajudados, antes porque essa deve ser a atitude permanente e para com todos.
Há um outro comportamento curioso: A hostilização do que nos ajudou “demasiado”.
Em algumas situações temos muito mais do que o que é “normal” e nesses casos há tendência para não nos considerar merecedores, depois, por um processo difícil de explicar, mas que terá algo a haver com desconfiança, ficamos com uma espécie de hostilidade que tem como objecto aquele que nos deu o que supostamente não mereciamos.
Quando era rapazote aprendi que os elogios devem ser agradecidos e não refutados.
Acho que devemos fazer o mesmo com as bençãos, sejam elas merecidas ou não. Recebê-las e agradecer.
Receber é tão pouco fácil como dar.
A boa notícia é que tudo isto se aprende – basta praticar porfiosamente.
Ti
Março 2009