Seguir os sinais não é fácil, às vezes enviam-nos para onde não queremos, obrigam-nos a caminhar descalços sobre brasas, dormir em camas de pregos, comer pão duro e beber àgua suja, mas invariavelmente a recompensa é espectacular.
O mestre, antes de ser um velho caduco, como gosta de se mostrar, foi um puto que sabia tudo, foi um rapaz sem rumo, desesperou por nada e até descobriu o sentido da vida no fumo de ervas estranhas. Fez tudo isto, mas não precisava de o ter feito… Teve a sorte de estar sempre atento aos sinais, mas não lhes obedeceu tanto quanto deveria, muitas vezes gastou quantidades incomensuráveis de energia em combates perdidos e mesmo assim, diz simplesmente que esse foi o seu caminho.
Hoje (que não é necessariamente hoje), disse-me que gosta da maneira como eu reago aos sinais – isto é – opto conforme as situações, ora obedecendo-lhes, ora fazendo tudo para os contrariar, a maior parte das vezes inutilmente… Acho que ele gosta especialmente quando eu uso recursos incriveis para atingir coisas que poderiam ser feitas em menos tempo e com muito menos desgaste. Quanto a mim confesso que também gosto de ver o quão parvo fui, depois de descobrir a solução fácil.
Claro que, como sempre, nem tudo lhe agrada. Ainda sobre os sinais, disse-me que posso optar por passar o sinal vermelho, esperar pelo verde ou até passar de olhos fechados, mas deve ser por opção e nunca por não ter visto o sinal!
De facto, quando estamos atentos aos sinais, somos mais livres! Não é por não os vermos que eles deixam de existir!
Ti
Dezembro 2008
Um pensamento em “Liberdade.”