A rapariga esperou horas para poder vê-lo
esperou, esperou,
mas não o viu!
Estranhou…
afinal era o seu ano de finalista e com certeza, ele não iria perder a derradeira oportunidade para passar na tribuna.
Preocupou-se durante algum tempo, mas depois acabou por se convencer que era natural que não o conseguisse ver no meio de tanta gente vestida de igual.
Estava já sem esperança, a preparar-se para regressar a casa derrotada pelos dois pares de horas à espera em vão, quando o viu mesmo à sua frente, apenas separado por quatro ou cinco metros.
Baixou o olhar e passou ao lado dele, sem que ele a visse.
Arranjou o cabelo, reprimiu-se por não vir mais bem vestida e, quando ele já se encaminhava novamente avenida abaixo, foi ter com ele decidida.
Ele sorriu, ficou sinceramente feliz, apresentou-a aos dois amigos, disse-lhe que estava feliz por ela estar ali num dia tão importante. Abraçou-a, ainda que brevemente.
Entre hesitações, emoções e pressa dos amigos dele, acabou a rapariga por ficar radiante por ter tido aquele bocadinho de céu; mas ficou também irritada por não o ter roubado aos amigos ou roubado um beijo, ou pelo menos um abraço mais longo.
Acabou por lhe dizer que gostava dele, mas apenas por gestos, deixando a mão escorregar na dele devagarinho enquanto se separavam…
Ti
10 Maio 2007