As pessoas não são estúpidas.
Se olhar bem à sua volta facilmente notará que andam todos numa correria infernal e sem sentido.
A princípio julguei que o problema era meu e da cultura onde fui nado e criado, e que me acompanha entranhada nos poros, mas começo a achar que o vosso mundo, que agora é também meu, trilha caminhos a uma velocidade estonteante, mas sem sentido.
Somos levados a crer que o que faz a maioria é o que está certo. Acho que é mais uma das perversidades da Democracia, às vezes até usamos isso como desculpa para as maiores parvoíces. Mas isto é outro tomo.
Quando era novo muitas vezes julgava-me errado quando preferia a solidão, ou quando não me sentia triste com a morte, ou quando não me doía a vingança dos outros.
Fui ensinado pelos mestres anciãos a ser como a água, que se mistura, muda de forma, muda de estado e até parece desaparecer quando misturada num qualquer líquido colorido. Fiz o que recomendaram e sempre tive sucesso, consegui ser o que quisesse, mas algures no caminho esqueci-me do mais importante, e que me recomendaram vezes sem fim.
“A água pode ser quase tudo, mas mesmo assim não deixa de ser água, é isso que lhe dá a força.”
Houve uma altura algures no caminho em me adaptei tão bem às circunstâncias, que deixei de saber quem sou na realidade. Isto não é mau em si mesmo, mas cheguei a um ponto em que não sei se prefiro o nascer ou o Pôr-do-Sol; não sei se amo os que me amam, ou se sou apenas interesseiro.
Ti
Fevereiro 2008
🙂
Sara Carina
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